Outubro rosa, além de uma campanha de conscientização, é também uma oportunidade para discutirmos o direitos trabalhistas das mulheres que enfrentam uma batalha diária contra o câncer de mama. E, se a luta já é complexa, entender os direitos trabalhistas pode aliviar um pouco o fardo. Assim, preparamos este guia para esclarecer quais os direitos de uma mulher diagnosticada com câncer de mama no ambiente de trabalho, abordando aspectos como licença médica, estabilidade no emprego e os benefícios disponíveis.
Licença médica: um direito essencial
Um dos primeiros direitos que muitas mulheres precisam acessar após o diagnóstico é a licença médica. Afinal, o tratamento de câncer de mama, que pode incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia, exige muito do corpo. Nesse cenário, a licença médica garante que a trabalhadora possa focar no seu tratamento sem se preocupar em ir ao trabalho todos os dias.
A licença médica pode ser concedida a partir do 16º dia de afastamento. Durante os primeiros 15 dias, quem paga o salário é o empregador. No entanto, depois disso, a responsabilidade passa a ser do INSS, que entra com o Seguro Doença, um benefício garantido pela Previdência Social para cobrir os custos de quem precisa se afastar por questões de saúde. O Seguro Doença é fundamental, porque permite que a mulher siga se tratando sem perder seu sustento. Importante notar que o pedido de Seguro Doença deve ser feito por meio de um atestado médico que comprove a incapacidade para o trabalho.
Seguro doença: segurança e tranquilidade durante o tratamento
O Seguro Doença, muitas vezes conhecido como auxílio-doença, é um suporte financeiro importante para mulheres que precisam se afastar do trabalho por períodos mais longos. Esse benefício é pago pelo INSS e depende da avaliação da perícia médica para ser aprovado. Portanto, é indispensável que todas as informações médicas estejam bem documentadas.
Pode ser um processo um pouco burocrático, é verdade, mas vale destacar que esse direito existe justamente para assegurar um mínimo de estabilidade financeira nesse momento tão delicado. Assim, se precisar de um conselho, mantenha toda a documentação em ordem e, se necessário, busque apoio de um profissional da área para facilitar o processo.
Estabilidade no emprego: uma camada extra de proteção
Uma das preocupações mais comuns entre mulheres com câncer de mama é o receio de perder o emprego. Afinal, depois do diagnóstico, a estabilidade emocional já está fragilizada, e a preocupação com a segurança no trabalho só adiciona mais peso. Porém, a legislação trabalhista brasileira reconhece essa vulnerabilidade e concede estabilidade no emprego por 12 meses após o retorno do afastamento pelo INSS.
Esse é um ponto extremamente importante, porque significa que, ao retornar ao trabalho, a mulher não pode ser demitida sem justa causa por, pelo menos, um ano. Esse período de estabilidade dá à mulher a segurança necessária para se restabelecer plenamente e voltar ao ritmo sem medo de ser desligada inesperadamente.
Reabilitação profissional: um novo caminho
Diante de um tratamento complexo como o do câncer de mama, nem sempre é possível retomar as atividades na mesma função que se exercia antes da doença. E é aqui que entra o processo de reabilitação profissional, oferecido pelo INSS. Esse programa é desenhado para ajudar as pessoas a voltarem ao mercado de trabalho em uma função que respeite suas novas condições físicas e emocionais.
E olha só que interessante: a reabilitação não envolve apenas um novo treinamento, mas também orientação sobre os direitos trabalhistas e a busca por um ambiente que seja mais seguro e saudável para a nova realidade da mulher. Dessa forma, o retorno ao mercado de trabalho pode ser menos estressante e mais alinhado com as suas capacidades.
Adaptações no ambiente de trabalho: um direito fundamental
Outro aspecto relevante é o direito de solicitar adaptações no ambiente de trabalho. O empregador deve se esforçar para criar condições de trabalho que sejam seguras e que respeitem as limitações físicas do trabalhador. Por exemplo, uma funcionária que retornou de um tratamento de câncer de mama pode precisar de um horário de trabalho mais flexível ou de períodos de descanso mais frequentes.
Isso tudo faz parte do que chamamos de princípio da dignidade do trabalhador, que é um dos pilares do direito trabalhista no Brasil. No entanto, vale lembrar que, se sentir dificuldades para ter esses direitos reconhecidos, buscar apoio legal é um caminho possível. Muitas vezes, a negociação pode ser facilitada com a ajuda de um especialista na área.
É importante mencionar que, além dos direitos trabalhistas, o apoio emocional é fundamental. O apoio psicológico pode ser oferecido tanto pela empresa quanto pelo sistema público de saúde, e inclui desde o acompanhamento com psicólogos até grupos de apoio onde mulheres na mesma situação compartilham experiências e encontram conforto.
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